sexta-feira, 31 de março de 2017

E afinal, qual é o nome da tua fome, ô homem?



Hoje o blog apresenta a seleção das obras de arte do acervo da marchand, Helen Juk.

Por Helen Juk

Estas telas do artista Marcelo Francalacci que compõem a exposição intitulada “A Fome”, foram inspiradas em matéria do Jornal Nacional, na qual uma mãe, em Pernambuco, colhia resto de lixo hospitalar, (especificamente, um seio extirpado), para preparar uma sopa e com ela alimentar os filhos famintos. Esta mãe não sabia tratar-se de carne humana.

Este evento despertou o questionamento das mais diversas “fomes” do homem. Daqueles que buscam comida para alimentar aos seus, àqueles que têm a fome da ganância de poder e que tudo fazem para alcançá-lo.

Daqueles que se contentam com os restos da ceia farta de outros, daqueles que buscam encontrar-se espiritualmente... daqueles que buscam o amor. Daqueles que tem como objetivo a vingança, enfim... os homens.
                             
                                     

"Qualquer coisa no espeto"
A Fome. Obra de Marcelo Francalacci

                                             "Qualquer coisa no espeto"
Uma referência ao choque de realidade em que vive a mãe catadora de restos,        de carniça, às churrascarias afora. Um fato. Uma provocação, a nos fazer                    pensar... abrindo o olhar, podemos enxergar muito mais.

      A Humanidade caminha a um caos tamanho, que empurra a “comer qualquer                   coisa”... Um questionamento se faz: você engole o quê?
                          E afinal, qual é o nome da tua fome, ô homem?


                                                         

"Urudunas"

                                                              “Urudunas”
A fome Uma visão do homem no deserto de seus valores. Nos revela o homem que mais parece urubu na carniça. Os famintos de interesses, de intenções corrompidas. Os que se contentam com as sobras alheias. Os comensais de migalhas de altas comilanças... O homem da carne podre.

"A Fuga da Cidade"

                                                          “A Fuga da Cidade” 

Uma tela do conjunto de obras intitulado “A Fome”, do artista plástico Marcelo Francalacci. Um casal de famintos. Mais parecem animais... galinhas. Famintos de dignidade. Entram na sociedade urbana, uma sociedade hipócrita, de verdades viciadas, sem vida, sem compaixão. Àqueles que buscam o ingresso no “grand monde”, uma crítica à sociedade e ao que ela cobra do indivíduo que a frequenta. Nesta obra, o artista mostra o “casal de famintos”, fugindo do desespero.
Fugindo da cidade. Famintos agora, de verdade. Em busca de moral, honestidade. Famintos de dignidade.




 Por Helen Juk

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