domingo, 15 de janeiro de 2017

Operação Cui Bono da PF investiga corrupção na Caixa.

Operação Cui Bono? é um desdobramento da Operação Catilinárias, realizada em 15 de dezembro de 2015.

O nome da Operação é uma referência a uma expressão latina que, traduzida, significa literalmente, “a quem beneficia?” A frase, atribuída ao cônsul.

A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica Federal que teria ocorrido pelo menos entre 2011 e 2013. Geddel, então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal,, Marcos Roberto Vasconcelos, então vice-presidente de Gestão de Ativos, um servidor da CEF, empresários e dirigentes de empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários e de um operador do mercado financeiro teriam participado do esquema.

Em uma das mensagens apreendidas pela PF é de 30 de julho de 2012. A conversa por SMS entre Geddel e Eduardo Cunha cita a empresa Marfrig. Na ocasião, o então vice da Caixa disse ao então deputado que o “voto sai hj’.

Nas mensagens, Cunha e Geddel tratam de pendências para a liberação dos R$ 50 milhões à Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários e à Comporte Participações, empresas do Grupo Constantino, do empresário Henrique Constantino.

“Oeste Sul, o Desirre não atende o Henrique e não resolve”, escreveu Cunha, em 3 de outubro de 2012, ao que Geddel respondeu: “Está em São Paulo. Vai ligar para ele agora. Mas ainda é aquela questão das garantias”. Cunha prosseguiu: “E mas para resolver como vc falou”. “Ele vai ligar p Henrique agora. Já tou vendo Marfrig”, escreveu Geddel.

A J&F, recebeu R$ 500 milhões por meio de uma emissão de debêntures que foi totalmente adquirida pela Caixa. Na época, o mercado questionou os juros, considerados favoráveis à empresa. A área de infraestrutura do grupo Bertin contou ao menos com R$ 1,6 bilhão, liberado para as obras do Rodoanel de São Paulo. O Bertin já foi a maior exportadora de carnes do País e vendeu essa área para a JBS, numa operação que gerou controvérsia por causa de outro financiamento de banco público.

Marfrig, outra do setor de carnes, fez ao menos dois empréstimos na Caixa no período investigado, um de R$ 300 milhões e outro de R$ 50 milhões. 

A Marfrig também fez negócios com a JBS: vendeu para a rival a Seara e a irlandesa Moy Park. O valor recebido por essas empresas, via Caixa, chegaria a quase R$ 6 bilhões se levado em conta também os empréstimos do FI-FGTS.

Segundo nota da PF, sete medidas de busca e apreensão foram determinadas pelo Juiz da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.

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