quarta-feira, 13 de abril de 2016

Vamos anotar os nomes desses deputados federais...

Vamos anotar os nomes desses deputados federais...
Arena Jurídica
Por Jorge Pontes
Tudo que estamos passando – a crise e essa encruzilhada política – deve-se em grande parte aos nossos próprios atos como cidadãos. De quatro em quatro anos temos um momento importantíssimo de PODER e CIDADANIA. Isso ocorre por alguns segundos, diante das urnas, quando temos condições de apontar aqueles que irão nos representar.
Sempre fui eleitor no Rio, apesar de ter vivido mais de 20 anos fora da cidade. Aqui corre a piada de que o cidadão carioca, em dia de eleições, enfrenta tão somente o seguinte dilema: votar ANTES ou DEPOIS da praia? Essa má vontade, essa falta de comprometimento do eleitor em buscar com seriedade a sua representatividade, essa insensibilidade com o futuro, como se aquela escolha não tivesse consequências, produz esse tipo de situação que estamos enfrentando.
Temos uma presidente sem credibilidade e sem autoridade para governar e temos um presidente da Câmara dos Deputados ainda em pior situação. Sem falar nos ministros de estado que estão sendo investigados e, também, no presidente do Senado. Temos um ex-presidente sob suspeitas que, aparentemente, continua mandando no país. Não é possível um enredo com tantos vilões. Quem seria confiável nesse imbróglio?
Dezenas de milhões de brasileiros desejam punição, desejam impeachment, desejam mudança e, sobretudo, justiça. Também aspiram o defenestramento, a demissão e o encarceramento dessa trupe de corruptos e incompetentes que permitiu a montagem e operação do Petrolão. Mas nada consegue ir adiante, nada avança, pois temos o “rôto” pilotando o processo de afastamento do “esfarrapado”.
Não há gente insuspeita em posições chaves. Não há em quem nos agarrarmos. A sensação de abandono e de frustração é imensa. Só se ouve falar em desistir do Brasil. O que está ocorrendo é um escárnio. Estão esbofeteando o povo diariamente. Não há mais pudor.
Contudo, temos que assumir que essa conta altíssima, que hoje nos apresentam, corresponde exatamente àqueles 30 segundos que passamos a sós nas urnas. Tudo nasceu ali, ou melhor, tudo poderia ter sido evitado ali. Nunca tivemos tão clara essa relação de causa-consequência dos nossos atos como eleitores.
Esses políticos que hoje vendem proteção e blindagem em troca de favores e entregam nossos ministérios em troca de votos contra o impeachment, não foram sozinhos para as suas posições, não se “auto-empoderaram”. São como jabutis no alto dos postes. Alguém os colocou lá. E haja jabuti!
O destino da nação está sendo obscenamente mercadejado, trocado por silêncios escabrosos. Fazem escambo com a própria moral. Tudo isso a céu aberto, publicado em todos os jornais do país.
Há provas materiais contra dezenas de políticos envolvidos nos esquemas, que invariavelmente seguem em seus cargos, recebendo salários pagos pelos contribuintes. Negociam saídas e escapadas. É como uma guerra de bugios ocorrendo nas copas das árvores.
Por oportuno, infelizmente cada um de nós tem seu quinhão de culpa sobre o atual cenário. É instrumental apontar para isso, mostrar essa co-responsabilidade e iniciar um movimento de GRANDE RENOVAÇÃO do Congresso Nacional.
Não podemos mais votar em ninguém que, diplomado pela vontade popular, adota reprováveis condutas comissivas por omissão. Hoje basta o parlamentar estar respirando, sentado em seu assento no Congresso Nacional, para se enquadrar como cúmplice de tudo. Quem não esbravejar na tribuna já merece o inferno. Há em curso o estupro da pátria a luz do dia e reações indignadas se impõem.
Dessa feita, por ocasião da votação de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, sugiro aos cidadãos brasileiros que memorizem bem o nome daqueles deputados federais que não comparecerem à Câmara do Deputados no próximo Domingo dia 17 de Abril.
Por fim, esses que se omitirem não merecem mais a reeleição, assim como aqueles que votarem contra o impeachment, o que, grosso modo, significa compactuar com a continuidade da corrupção do governo petista. Estamos numa situação que não concederá uma terceira via: é bola ou búlica; é sim ou não; é tudo ou nada. Não há meio termo e não há como se equilibrar em cima do muro.
Ou puxam a descarga para vermos Dilma e o PT sumir pelo ralo da História, ou damos a ela sobrevida para seguir no desastroso projeto de poder.
Não há dúvidas de que processo do TSE encerra maior potencial de solucionar o impasse, pois, com a impugnação da chapa, será devolvida à sociedade a possibilidade de eleger o presidente de república, zerando o jogo.
Contudo, tal processo certamente só será julgado no primeiro trimestre de 2017. O Brasil não resistirá a mais doze meses de Dilma Rousseff. E não podemos ignorar que o impeachment está aí, está posto. Aquele deputado ou senador que votar "NÃO" - com a justificativa de que aposta no processo do TSE - estará, na prática, salvando o lulopetismo e concedendo-lhe oxigênio para seguir nos desmandos e nas políticas fisiológicas que precipitaram nosso país nesse precipício. Em suma, votar "NÃO" significa chancelar Dilma Rousseff. Em contrapartida, o voto "SIM" não se consubstancia de forma alguma em um voto pró-Michel Temer, mas tão somente a negação da Presidente Rousseff. Simples assim.
Por oportuno, quem não for limpo - ou quem compactuar com a continuidade da corrupção institucionalizada estabelecida e chancelada pelo atual governo, não pode ser representante do povo, ou assumiremos que o povo é igualmente sujo, o que definitivamente não é verdade.
Acompanhem a votação do impeachment nesse domingo vindouro com caderninho e lápis em mãos, e vamos riscar esses tristes nomes definitivamente do cenário política nacional.
Jorge Pontes é delegado da Polícia Federal e foi chefe da Interpol no Brasil

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